sexta-feira, 17 de junho de 2011

Comunidade Juvenil São Francisco de Assis: Uma porta aberta para novas oportunidades ( Parte 1 de 4)

Comunidade Juvenil São Francisco de Assis
Uma porta aberta para novas oportunidades

Acolhe crianças e jovens em risco, oferecendo novos rumos e oportunidades de vida. Nesta instituição, sediada em Coimbra, só aproveita quem quer e, com o tempo, as hipóteses de mudança são cada vez menos reconhecidas por parte dos beneficiados.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. É isso que é possível observar ao transpor os portões da Comunidade Juvenil São Francisco de Assis (Vídeo de apresentação da Instituição, no Facebook da Instituição), onde as crianças se confrontam constantemente umas com as outras e onde algum individualismo é observável. São crianças e jovens que passaram por situações complicadas, enviados pelo Tribunal de Família e Menores sendo, na sua maioria, das zonas de Coimbra, Aveiro e Leiria.
Na periferia da cidade, rodeada pela natureza, esta Comunidade é como que uma pequena aldeia, composta por “casinhas” pré-fabricadas, onde as crianças estão divididas por sexo e idade (Veja algumas imagens). Os risos não são facilmente perceptíveis, reinando o silêncio ou o som dos pássaros. Os residentes ocupam-se a estudar, a andar de bicicleta dentro do recinto, a aprender ballet ou simplesmente a conversar com os companheiros, dentro dos seus “lares”.
Ao ver alguém que não lhes é próximo, têm dois tipos de reacção: fechar-se dentro de casa ou, talvez por curiosidade, tentar saber quem é tal pessoa. Esta última reacção ocorre, especialmente, nas crianças mais jovens. 
Também no que diz respeito à importância deste lar de acolhimento há uma divisão de opiniões: Clara (nome fictício), uma menina que frequenta o ensino básico, vê a Comunidade como um mero colégio, que em nada irá alterar a sua vida. Já a Sara (nome fictício), da mesma idade, tem uma consciência diferente, dizendo que “é importante porque há aqui várias crianças que não tem condições para estar com os pais e aqui têm um lugar com mais condições para estar e é divertido estar cá.”

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Comunidade Juvenil São Francisco de Assis: Uma porta aberta para novas oportunidades ( 2 de 4 )

Uma oportunidade de traçar objectivos e de concretizar sonhos

Maria Teresa Granado
Fonte: Facebook da Comunidade
A organizar projectos de vida desde 1970, Maria Teresa Granado, actual directora-técnica e criadora do projecto tem como objectivo “dar oportunidades a crianças com histórias difíceis, ajudando-as a desenvolver diversas competências e incutir-lhes valores e responsabilidades.”. A propósito deste último factor, as crianças e jovens são responsáveis por actividades diárias como a arrumação e limpeza da casa, a lavagem da roupa. Possuem ainda uma mesada, tendo de fazer a gestão da mesma. No caso dos jovens, desde que autorizados, podem ausentar-se para passear ou sair à noite. Toda esta rotina diária é acompanhada por técnicos, responsáveis por grupos de crianças, e por auxiliares de acção educativa, que os ajudam com maior frequência nas tarefas domésticas.
Quanto à noção que os adolescentes têm das mudanças possíveis de ocorrer, estando ali, há, mais uma vez, uma divisão. Alguns referem o facto de poderem prosseguir estudos, enquanto outros são da opinião de que nada mudará. Apesar disso, sentem-se bem naquele local, destacando o afecto dado pelos amigos. Ana (nome fictício), fritando salsichas que espalham pela casa um odor agradável, conta que “não é onde eu queria estar, mas é bom, sinto-me bem”. A jovem foi retirada de um bairro social onde não tinha condições de vida.


Excerto da Entrevista a Maria Teresa Granado


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Comunidade Juvenil São Francisco de Assis: Uma porta aberta para novas oportunidades (Parte 3 de 4)

Jovens não chegam à Comunidade com os mesmos valores de antes

            Ao longo dos anos, a sociedade foi-se alterando a vários níveis, nomeadamente ao nível dos valores, das expectativas e da mentalidade das pessoas. No início do projecto, a instituição acolhia filhos de emigrantes e outros que viviam em situação de miséria ou de maus-tratos. Eram crianças que não conheciam bem a realidade e eram pobres, especialmente as que vinham das pequenas aldeias. Hoje, “não são tão pobres como dantes, mas são pobres de carinho e de ternura”, refere Maria Teresa Granado. Acrescenta, ainda, que estas “vêm mais fragilizadas, mais agressivas do que antes, devido à falta de afecto.”.
               Segundo Ana Abrantes, psicóloga da Comunidade Juvenil São Francisco de Assis, as crianças denominam o local de colégio como mecanismo de protecção, tendo noção do porquê de ali estar.
            A criminalidade é outro dos factores que, actualmente, preocupa os técnicos da instituição pois acolhem jovens “pré-marginais” que têm, regularmente, atitudes de risco para com a Comunidade, sendo necessária, por vezes, a intervenção da polícia. Maria Teresa Granado defende que “o governo deve criar instituições próprias para estes jovens”.


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Comunidade Juvenil São Francisco de Assis: Uma porta aberta para novas oportunidades (Parte 4 de 4)

Regresso ao passado


              Salomé e Maria (nomes fictícios), antigas residentes na Comunidade, fazem uma análise geral do tempo em que usufruíram das oportunidades prestadas pelo organismo e concluem ter sido positivo. Ambas licenciadas, alcançaram o principal objectivo de vida a que se propuseram ao integrar a Comunidade, ser “alguém na vida”. 
"Salomé" com Maria Teresa Granado e duas colegas
Fonte: Facebook da Comunidade
               Com um sorriso no rosto, Salomé explica:“A comunidade foi uma porta aberta. Foi um abrir de muitas possibilidades que eu nunca teria se estivesse integrada no meu agregado familiar.”. Destaca pontos positivos, como a noção de responsabilidade, e pontos negativos, como a solidão e falta de afectos sentida. Apesar das coisas menos boas, conclui, dizendo: “Foi uma grande escola de vida. Mudou tudo na minha vida.”.
               Amiga e companheira de casa de Salomé, Maria concorda com a ideia de que, se não tivesse ido para a instituição, não teria conseguido tirar o seu curso. Denuncia as injustiças que ocorriam na sua altura, admitindo que quanto mais injustiças via, mais vontade tinha de lutar. Num tom de segurança, exclama: “Aprende-se a viver e a conviver!”

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Foto Reportagem : "Sacrifícios em Nome da Fé"

Foto-Reportagem elaborada no âmbito do III Prémio Nacional de Jornalismo Universitário. O tema deste ano foi "O Poder" e este foi o trabalho vencedor da categoria de Foto-Jornalismo.

http://www.flickr.com/photos/anacatarinaveiga/sets/72157626695931141/

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Mensagem da CDU nas Escadas Monumentais gera polémica

Fonte: Facebook da CDU Coimbra
A mensagem "Leva a luta até ao voto!", pintada pela CDU, nas escadas monumentais, em Coimbra, está a causar grande descontentamento por parte de habitantes e estudantes da cidade. Na página da CDU Coimbra, no Facebook, estão presentes diversos comentários depreciativos à fotografia publicada, sobre esta actividade de campanha eleitoral. Por outro lado, os militantes e apoiantes da CDU tentam mostrar que esta medida nada tem de anti-constitucional. Certo é que esta situação está a gerar bastante discussão nas redes sociais, tendo sido criado, no Facebook, um evento intitulado de "Vamos Limpar as Nossas Escadas Monumentais", assim como no Twitter já se podem ler diversos tweets sobre este acontecimento.

Ana Veiga